Os alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNDB visitaram o Eco museu do Sítio do Físico, no último dia 2/11, e puderam aprender sobre a importância da interdisciplinariedade entre as ciências da Arquitetura e da Arqueologia para demonstrar como esses dois profissionais desenvolvem atividades técnicas relacionadas aos estudos referentes ao patrimônio cultural.
A atividade, organizada pelo Prof. Marcio Rodrigo Pereira, teve como objetivo principal conhecer as ruínas de um complexo industrial construído no século XVIII, que foi considerado um dos maiores do Brasil, durante o período colonial, relacionando-o com estudos arqueológicos que demonstraram a ocupação daquela área pelo menos 6.000 anos atrás.
Durante a visita os acadêmicos assistiram a palestra com o Arqueólogo Akley Marques Bandeira, que teve como tema: “Arqueologia e Patrimônio Cultural do Sítio do Físico”. Além de estudarem a arquitetura colonial portuguesa de um complexo industrial, situado no Parque Estadual do Bacanga, utilizando-o como laboratório da história do uso e ocupação do solo daquela região.
Os estudantes puderam ver materiais e sistemas construtivos utilizados naquele complexo industrial e analisaram a formação das residências utilizadas pelos pescadores coletores na região de sambaquis.
É importante ressaltar que o estudo de levantamento físico arquitetônico de edificações antigas é um trabalho desenvolvido entre arquitetos e arqueólogos, o que proporciona conhecer de maneira detalhada as técnicas e sistemas construtivos utilizados em determinado período da história. “Buscamos com essa visita instituir os princípios de estudos de preservação e conservação do patrimônio cultural da nossa cidade, proporcionando a formação de profissionais mais conscientes com o seu papel social nos trabalhos pertinentes às nossas riquezas culturais”, afirma o Prof. Márcio Pereira.
BREVE COMENTÁRIO SOBRE O SÍTIO:
Localizado no Parque Estadual do Bacanga na cidade de São Luís as margens do Rio Bacanga, nas proximidades do bairro Coroadinho o Sítio do Físico conta com uma área total de 637.309m² em área de mangues. Fundada pelo Físico mor da Capitania do Maranhão o Médico e Engenheiro Civil Antônio José da Silva Pereira, por volta de 1808, o Sítio Santo Antônio da Alegria, Complexo Industrial de beneficiamento de Couros, fornecia também sarnambís e tanino. Após breve esquecimento devido a morte do Físico-mor, tornou-se Fábrica de Pólvora e Fogos de Artifício e forno para fabricação de Cal, já em 1847. Hoje, esta construção do sec. XVIII encontra-se em ruínas, porém ainda apresenta alguns de seus elementos arquitetônicos preservados, demonstrando toda sua imponência. Tranformou-se em Eco museu Sítio do Físico sendo utilizado para manifestações culturais e artísticas bem como para atividades acadêmica e estudos arqueológicos.