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O que é Psicanálise?

17.07.08

Em junho a UNDB recebeu a visita da psicanalista Sônia Vicente, membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP), da AMP, e do Conselho da EBP; Presidente do Conselho da EPB-BA; Docente do Curso de Especialização em Teoria da Psicanálise de Orientação Lacaniana do IPB (Instituto de Psicanálise da Bahia); Docente do curso de formação do IPB e responsável pela transmissão do Seminário \"A segunda clínica de Lacan\", EBP-BA.
A palestra, que aconteceu no Teatro Maria Izabel Rodrigues, contou com a presença de estudantes e profissionais de diversas áreas.
Leia abaixo um artigo da psicanalista Thais Moraes Correia, membro da Escola Brasileira de Psicanálise e Diretora da Biblioteca da Delegação Geral-Maranhão da EBP, sobre a palestra ministrada por Sônia Vicente.

\"A conferência \"O que é a Psicanálise?\", ministrada por Sônia Vicente, psicanalista; membro da Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Bahia, na UNDB, promovida pela Delegação Geral / MA em 21 de junho último, foi assistida por muitos profissionais de diferentes áreas que ouviram interessadamente sobre a clínica, via escolhida e privilegiada por Sônia para iniciar a palestra.
Afinal, o que faz com que determinada prática seja considerada lacaniana? A fonte da eficácia da Psicanálise é a surpresa, posto que não é a técnica padronizada mas sim uma experiência de discurso, que faz laço social, na qual cada um produz sua singularidade. É uma experiência que permite a cada sujeito assumir sua responsabilidade frente ao desejo, este que, escapa desliza. Na atualidade vemos cada vez mais isso não se realizar, pois é reforçado pelo discurso capitalista que produzindo uma \"chuva de objetos\" não deixa os sujeitos desejarem. Enquanto o discurso da era globalizada tenta dar conta do mal-estar via padronização, a Psicanálise segue o caminho de tratar cada um como se fosse único.
Dessa forma, torna-se premente que ela esteja em todos os lugares da cidade: hospitais, universidades, etc. A globalização mata a subjetividade, enquanto a Psicanálise com sua ética - a do bem-estar - introduz a diferença.
Freud estipulou algumas regras porque ele precisava de parâmetros para que uma prática fosse qualificada de Psicanálise. As regras se cristalizaram inibindo o ato analítico e assim inibiram o advir do sujeito do inconsciente.
Ao se utilizar as regras que eram para preservar a identidade da psicanálise, abriu-se mão do mais importante: seus princípios, deixando de lado o inesperado, a contingência, que quando se dá surge a possibilidade de algo poder se modificar.
Na clínica, cabe ao analista, pontuar algumas palavras especiais - os significantes - para \"cortar\", suspender o sentido, para que o novo possa surgir, tirando o paciente da repetição. A análise causa o sujeito a procurar suas respostas, mas somente quando o analista é colocado pelo analisante no lugar onde o saber é suposto, no lugar de Sujeito suposto Saber que a transferência é estabelecida. É preciso então, supor um saber no analista, falar, para que uma análise aconteça.
De que trata a Psicanálise? A psicanálise dá um tratamento ao sintoma afim de transformar a economia de gozo do sujeito, sendo sua orientação real, ao impossível de dizer. No final de uma análise o sujeito é confrontado com o que lhe causa, ele deve saber fazer aí, saber lidar com a sua forma de gozar, com seu sintoma; nos diz Sônia Vicente com clareza e estilo singular na transmissão do saber psicanalítico.\"