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Modelo de aprendizagem organizacional 70:20:10 em aula da Administração

13.03.15

Na área da educação organizacional há um fenômeno cujo aparecimento e desenvolvimento tem sido muito comentado nos últimos anos, o modelo de aprendizagem 70:20:10. Trata-se de uma abordagem de aprendizagem e desenvolvimento das organizações baseada nos estudos e pesquisas de Morgan McCall, Robert W. Eichinger e Michael M. Lombardo, do Center for Creative Leadership, Carolina do Norte, EUA, em meados da década de 1990.
Atualmente, as principais universidades do mundo aplicam como melhor prática para o aprendizado: 70% com experiências reais e ações práticas; 20% por meio de interação e relacionamento com outras pessoas; e 10% com o aprendizado cognitivo formal, como cursos e leituras. A teoria e aprendizado cognitivo são importantes, mas é a prática, a aplicação dos conceitos nas atividades diárias e as experiências enfrentadas que contribuirão para o desenvolvimento profissional de cada um.
Além de discorrer sobre este tema por meio de análise de artigo científico e do case da empresa Serasa Experian, nesta semana, a Profa. Ma. Adriana Araújo convidou a pedagoga Paula Buruaga, analista de Recursos Humanos da Vale, com atuação na área de Educação Corporativa, responsável pela gerência de Programas de Desenvolvimento de Lideranças, Idiomas, Pós-Graduações, Estágio e Treinamentos Técnicos/Operacionais,  para compartilhar uma experiência local de utilização do modelo 70:20:10 com os alunos do 5º e 8º períodos de Administração, respectivamente nas disciplinas de: Jogos, Casos e Simulações e  Administração de Recursos Humanos.

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Durante o bate-papo com os alunos, Paula Buruaga discorreu sobre o valor da aprendizagem corporativa e os desafios na implementação do modelo, destacando, também, o importante papel dos departamentos de RH no desenvolvimento de lideranças.
A abordagem da pedagoga enfatizou que a aprendizagem se estende para além dos ambientes “oficiais” dos cursos e passa a abranger e integrar três contextos: o formal, o social e o ambiente de trabalho. Tal ampliação permite concluir que hoje 90% da aprendizagem acontecem pelo contato com os outros e em ambientes em que predominam as atitudes informais, e 10% ocorre em ambientes formais e estruturados.
Como exemplo, Paula citou a oportunidade que um profissional tem de tirar as férias de um colega que desenvolve atividade diferente da que executa. O aprendizado com o outro não se dá necessariamente de forma hierárquica, e o mentoring é um exemplo desta prática.
Durante a aula, a aluna Karolina Arruda, do 5º período, questionou sobre a relação entre o modelo e a produtividade, uma vez que se dois profissionais param suas atividades para ensinar e aprender respectivamente, a organização pode perder em produtividade. A convidada ponderou que incialmente pode até haver perda de produtividade, contudo o ganho de tal modelo é mensurado a médio e longo prazo, caracterizando, assim, uma abordagem estratégica e de sustentabilidade do negócio.
Já as alunas Ana Paula Gomes e Luana Melo de Oliveira, também do 5º período, manifestaram suas experiências de aprender na prática e aprender com o outro nas empresas em que trabalharam. Ambas reforçaram que a postura de ensinar o que sabiam só trouxe resultados positivos para a carreira profissional das estudantes.
Dentre as reflexões geradas com o debate, ficou a compreensão de que o modelo 70:20:10 se refere a um conceito que já vem sendo aplicado há algum tempo nas organizações e mais recentemente ganhou força com ampliação da aprendizagem experiencial, das redes de relacionamento, do uso da internet e dos processos de coaching e mentoring.
Para a Profa. Adriana Araújo, a implantação deste modelo nas empresas é um avanço significativo “Isso as capacita a lidar de modo mais realista com a complexidade do momento atual. Por outro lado, estudá-lo na academia é fundamental para que os futuros administradores mantenham-se atualizados com as práticas realizadas nas organizações”, concluiu.